quarta-feira, 19 de abril de 2017

Sistema de cultivo em Aleias (Alley Cropping) uma alternativa para agricultura familiar






Figura 1:Sistema de cultivo em aleias com gliricidia (Gliricidia sepium (Jacq.) Steud) (Acervo pessoal)
       A agricultura familiar, principalmente  nos trópicos úmidos principalmente, onde grande parte da produção é dedicada para subsistência, ainda fazem uso da agricultura de corte e queima, esse tipo de sistema não pode ser considerado sustentável pois há a necessidade periódica de se abrir novas áreas para produção, com derrubadas da mata e queima, desse modo as cinzas acabam servindo como "fertilizante" natural, porém o solo fica desprotegido e propicio a erosão, com a chegada das águas essas cinzas são perdidas pela enxurrada e portanto perdendo ainda mais o "potencial" nutricional do sistema de corte e queima.

      Alternativas que supram a necessidade dos agricultores familiares devem ser buscadas e sugeridas, mantendo a produção ou até mesmo trazendo ganhos de produtividade sem que haja derrubada de novas áreas.Dentro deste contexto o sistema de cultivo em aléias aparece como alternativa. 

        Aguiar (2006) define o sistema de cultivo em aleias como sendo um sistema que combina em uma mesma área espécies arbóreas, preferencialmente leguminosas e culturas anuais ou perenes de interesse econômico (Figura 2). As leguminosas são plantadas em linhas simples ou duplas, cujos ramos podem ser periodicamente cortados a altura de 0,5m e adicionados às entrelinhas das culturas de interesse econômico, onde servirão de cobertura e adubo verde. 
Resultado de imagem para alley cropping
   Figura 2:  Esquematização do sistema de cultivo em aleia(Source: Kang et al., 1986). 


     Nos sistemas agroflorestais, o emprego de leguminosas arbóreas é fundamental para a estabilidade e o sucesso do sistema, partindo do pressuposto que estas árvores melhoram a fertilidade do solo através da fixação biológica de nitrogênio e da reciclagem de nutrientes. Paralelamente, espécies arbóreas, em especial da família das leguminosas, com atividade alelopática, podem desempenhar papel crucial na estabilidade dos sistemas agroflorestais, principalmente pela possibilidade de exercer controle da infestação das plantas daninhas.


Vídeo institucional sobre o sistema apresentado pela University of Wisconsin Extension

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Efeito do preparo do solo

Quais são os efeitos do preparo do solo?🚜

Qual é a duração desses efeitos? 

Essas são algumas das perguntas relacionadas a qualidade da física, no que diz respeito a estrutura do solo.
O preparo exerce maior influência no comportamento físico, pois influência diretamente na sua estrutura, provocando alterações:
  • Porosidade;
  • Densidade;
  • Retenção e armazenamento de água;
  • Estabilidade de agregados.

Além disso, também influência nos grupos biológicos que participam dos processos físicos e químicos que ocorrem no solo.
É importante ressaltar que a duração dos efeitos do preparo do solo sob os atributos físicos, podem ser intensificados ou retardados, isso vai depender da intensidade da manifestação de fatores controladores da reconsolidação do solo.
Alguns estudos sobre a reconsolidação, afirma que acontece em solos cultivados e não cultivados (STRECK e COGO, 2003; REICOSKY e ARCHER, 2007; DRESCHER et al 2016; REICHERT et al., 2016).
E os fatores são em solos cultivados:
  • Pressões radiculares;
  • Precipitações;
  • Ciclo de umedecimento e secagem do solo;
  • Espécies cultivadas
  • Microrganismos.


Não cultivados.
  • Gravidade;
  • Processos de secagem por molhamento;
  • Impacto direto das gotas de chuva.



DRESCHER, M. S.; REINERT, D. J.; DENARDIN, J. E.; GUBIANI, P. I.; FAGANELLO, A.; DRESCHER, G. L. Duração das alterações em propriedades fisico‑hidricas de Latossolo argiloso decorrentes da escarificação mecânica. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.51, n.2, p.159-168, 2016.

REICHERT, J. M.; ROSA, V. T.; VOGELMANN, E. S.; ROSA, D. P.; HORN, R.; REINERT, D. J.; SATTLER, A.; DENARDIN, J. E. Conceptual framework for capacity and intensity physical soil properties affected by short and long-term (14 years) continuous no-tillage and controlled traffic. Soil & Tillage Research, v. 158, p. 123–136, 2016.

REICOSKY, D. C. E ARCHER, D. W. Moldboard plow tillage depth and short-term carbon dioxide release. Soil & Tillage Research, v. 94, p. 109–121, 2007


STRECK, E. V. e COGO, N. P. Reconsolidation of the soil surface after tillage discontinuity, with and without cultivation, related to erosion and its prediction with rusle(1). Revista Brasileira da Ciência Solo, Viçosa, v. 27, p. 141-151, 2003